A Maria Carregal esteve no YouPix e trouxe novidades. Vem!
Estive no YouPix CON – Think Like a Creator, um dos principais eventos do mundo digital. Foram 12 horas de conteúdo distribuídos em 4 palcos com mais de 50 palestras e painéis. Tudo isso com a presença de grandes creators e marcas que trocaram experiências e histórias com o público.
Bom, para começar esse papo, é preciso entender que os digitais influencers, aka influenciadores, são criadores de conteúdo. E é assim que vamos lidar com eles toda vez que fecharmos um negócio ou formos incluí-los num planejamento de mídia. Isso quer dizer que eles devem participar da criação da ação, certo?
Eu sei que o texto tá grandinho, mas se você veio aqui procurando os highlights do evento eu vou apresentá-los abaixo, mas você vai precisar ler até o final para entendê-los, combinado?
Os (meus) Highlights YouPix CON 2018:
- Os influenciadores não são veículos. São criadores de conteúdo, criativos. E podem te ajudar a divulgar a sua marca de forma nativa. O que vale muito. Leve isso em consideração.
- É preciso ficar de olho no que eles estão falando. As “revoluções silenciosas” começam nos creators.
- Não é mais sobre um canal, um influenciador. É sobre um único conteúdo (vídeo, tweet, foto…) que pode fazer um livro esgotar em um dia ou fazer sua marca estar associada a uma dívida de 7 milhões.
- Realidade aumentada. Esse é o nome da grande aposta do momento. Não sabe o que é? Eu tenho certeza que você já viu por aí e talvez até já tenha usado. Sabe os filtros de cachorrinho? Eles mesmos. Só que com muito mais possibilidades.
Chegou até aqui, que bom, mas é melhor saber que chegou a hora do aprofundamento. Pode chamar de textão.
Um dos pontos abordados no início do evento foi quanto a forma de enxergarmos os creators. Se queremos colocar o produto dos nossos clientes dentro da plataforma daquele cara, a gente precisa deixá-lo suficientemente confortável para falar do nosso negócio de forma criativa sim, mas nativa. É ele quem entende o público que frequenta o canal, sua linguagem, os DOs e DONTs. A partir do momento que contratamos um merchan com um creator, precisamos entender que aquela ação é muito mais um conteúdo do que uma campanha. O creator passa a ser um criativo também e não apenas um veículo.
:: O Dark Social
Ainda no “welcome”, Bia Granja falou sobre o isso. Dark Social é quando as pessoas compartilham um conteúdo em plataformas que o Google não é capaz de alcançar. Ou seja, mídia que não conseguimos mensurar. Um exemplo são as mensagens do whatsapp, prints compartilhados, um conteúdo que duas pessoas assistem na mesma tela… O dark social is the new marketing boca a boca. Por mais que os clientes sejam doidos por números, precisamos entender que mídia é menos sobre performance e mais sobre cultura, conteúdo e o quanto eles são capazes de viralizarem, ou apenas irem além sem que você precise injetar dinheiro.
:: Radar de novidades mode on e as revoluções silenciosas
Outro ponto frisado em alguns painéis é o nosso radar de novidades. As vezes chamamos de procrastinação, mas entender memes, assistir youtube e consumir o que creators estão construindo pode mudar inclusive os lucros de uma empresa. Se você acompanha o mercado da beleza, deve ter percebido que nos últimos tempos muitas marcas lançaram linhas exclusivamente para cacheadas. Os cabelos afros viraram protagonistas de marcas e campanhas. Afinal, shampoos e condicionadores para as lisas ou alisadas já existem há muito tempo. Mas quem está antenado mesmo sabe que a revolução das cacheadas, o movimento de assumir o cabelo natural e a aceitação do seu cabelo como ele é, começou há muito tempo na internet. Só não viu o movimento acontecendo quem não estava dando play. Conteúdos sobre amor próprio, empoderamento, transição capilar, dicas de produtos, máscaras caseiras e aceitação. Estava tudo ali o tempo todo. Esses movimentos culturais que a internet é capaz de dar voz são chamados de “revoluções silenciosas”. Silenciosas pero no mucho, elas têm milhões de visualizações. E se você não visualizou, comeu mosca.
:: Tretas e a Efemeridade do Tempo
Em tempos de polêmicas a cada click, principalmente em época de eleição, é muito fácil achar uma treta quase que diariamente. Se em movimentos literários falava-se sobre efemeridade do tempo, podemos falar sobre a efemeridade da polêmica. Esse foi um dos assuntos mais falados do evento. Até porque tinha acabado de estourar a polêmica da Anitta não ter se posicionado sobre posições de candidatos que afetavam diretamente grande parte do seu público fiel. No meio dessa discussão, é necessário entender que não se trata mais da complexidade de um canal ou de um assunto específico que o creator aborda. É ainda mais minucioso. É sobre um único conteúdo. Um vídeo, um story, um tweet (ou alguns) racista sobre arrastões e jogadores negros que gera 7 milhões de multa para o Cocielo, um dos maiores youtubers do Brasil. É sobre um único vídeo da Jout Jout ser capaz de esgotar todo o estoque de um livro da Amazon em um único dia. É sobre conteúdo, a qualidade do mesmo e o quanto que ele é capaz de engajar uma comunidade.
:: Realidade aumentada
A realidade aumentada foi o grande assunto do evento. O Bitmoji, por exemplo, permite que o usuário tenha emojis personalizados. Uma comunicação com carinhas que tenham a sua própria cara. É uma forma de humanizar a comunicação digital. Se você achava que os filtros de beleza do Snapchat eram passageiros e que ele servia apenas para as pessoas esconderem olheiras enquanto criam algo, você está muito enganado. As máscaras de cachorrinho, que mudam voz e escondem parcialmente o rosto de alguém, deram voz a essas pessoas, principalmente aos mais tímidos. Com os filtros, as pessoas passaram a falar mais, opinar mais e a criar mais conteúdo. Marcas já estão chegando nos filtros do Instagram. Hoje eu posso experimentar um batom da Kylie Jenner e ver qual cor combina mais com o meu tom de pele antes de comprar. Anote essa aposta.
:: O futuro das agências e creators como criativos
Também discutimos o futuro da mídia e o papel das agências nesse mercado de creators. As tendências apontam que cada vez mais creators têm influência na decisão de compra, principalmente, dos jovens e adolescentes. Se você acha que uma dica nos stories é algo banal, está enganado. Cada vez mais a mídia tradicional vai sendo descentralizada e a pessoa, seja ela o consumidor ou o creator, passa a ser um canal de voz da sua marca e, por isso, deve ser protagonista na sua estratégia. Lembre-se que pessoas tendem a acreditar mais em pessoas e nas suas experiências reais do que naquilo que as marcas falam.
O Youpix CON é realmente um evento grandioso para quem está em busca de conhecimento. Muita gente querendo saber mais, crescer, entender tendências e comportamentos, tudo para deixar a comunicação mais afinada com as pessoas. Se você é marca, veículo, profissional de comunicação ou creator, anota na sua agenda do Google que você PRECISA viver o Youpix CON do ano que vem.
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Maria Carregal é redatora na Quintal e nas horas vagas dá uns rolés por aí nuns eventos e faz uma centena de Stories por minuto. Segue ela no Insta, @MariaCarregal, e no Twitter, @MariaACarregal.